sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sou uma mulher de 30.

Muitas mulheres se sentem pressionadas a casar e ter filhos quando chegam aos 30 anos. Você está perto dos 30 anos e se deparou consigo sentada no sofá pensativa, refletindo sobre questões como "o que eu estou fazendo da minha vida?" ou "preciso arrumar um marido, mas como?". Algumas vezes também precisa ouvir os outros perguntarem "por que ainda não arrumou um emprego estável?" ou "você não vai ter filhos?". Não fique nervosa, saiba que é uma situação normal para essa faixa etária e que você não é pior do que ninguém. Não que todas as mulheres passem por isso, mas muitas chegam a essa idade e têm um comportamento auto-avaliativo que pode levar à depressão - às vezes o julgamento sequer vem de você, e sim da família e amigos. É a chamada "crise dos 30 anos".
O escritor Honoré de Balzac imortalizou a figura da mulher de 30 anos com crises na vida afetiva em seu livro A mulher de 30 anos, dando origem à expressão "mulher balzaquiana" para as mulheres nessa faixa de idade que estão em conflito emocional. A psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari explica que, a princípio, a crise dos 30 anos não se trata de uma doença. "É um sentimento que está relacionado a uma questão cultural, que pressupõe que a essa idade a mulher já está encaminhada na vida: já construiu uma carreira e está casada ou prestes a se casar. Então ela se sente pressionada a atender a essas expectativas."
Algumas mulheres são solteiras por escolha própria, porque decidiram priorizar a profissão, por exemplo. No entanto, elas também não escapam do rótulo de "encalhadas", o que gera um conflito emocional. "Ao mesmo tempo em que ela quer ser uma 'grande mulher', uma profissional bem sucedida, a sociedade faz com que ela queira ser a dona-de-casa que cuida do marido e dos filhos", avalia a psicóloga Beth Valentim. "E mesmo na questão da gravidez, dependendo da pessoa é possível ter filhos mais tarde, aos 40 anos, com acompanhamento médico", lembra Beth.
Olga adverte sobre os problemas que esses sentimentos podem acarretar. "Essa cobrança eleva a ansiedade, o que pode levar a problemas de memória, de concentração, e ela fica irritadiça", diz. O comportamento pode levar à depressão, necessitando de ajuda profissional.
Além disso, em casos mais graves, a ansiedade leva à bulimia, anorexia ou à obesidade. O TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) também tem a ver com esse vazio que a mulher sente, o que pode levá-la a adquirir manias.
Cobranças
A crise dos 30 anos pode ter relação com diversos aspectos da vida cotidiana, desde a vida familiar e profissional até a sua sexualidade.
Casamento
Talvez a principal causa da crise, para a maioria das mulheres, seja quando a mulher acredita que só será completa se tiver um homem ao seu lado. Outro agravante é quando os amigos começam a casar e a mulher solteira se sente sozinha porque perde as companheiras de balada, ou então porque não pode mais visitar os amigos casados a qualquer hora, por medo de ser inconveniente.
"Algumas pacientes me dizem que precisam se casar porque os amigos casaram, e ela se sente deslocada", conta Olga. "O perigo é que elas acabam se casando com o primeiro que aparece, e isso trará ainda mais sofrimento para elas depois", adverte.
Outro problema é a mulher abrir mão de sua vida para viver em função do amor. Alguns namorados reclamam que elas trabalham demais e não têm tempo para eles. Se ela largar tudo para dedicar-se à relação, geralmente é na faixa dos 30 anos que sentirá falta de tudo o que deixou de fazer e do que não construiu - especialmente se o namoro ou casamento terminar.
Para Mariana*, 30 anos, está cada vez mais difícil encontrar um homem para casar porque a sua exigência aumenta com a idade. "Agora estamos mais voltadas para formar uma família, queremos algo mais sério", conta. "Eu sei que é preconceito meu também, de achar que estou velha apesar de não parecer ter 30 anos. Mas as pessoas olham feio quando a gente sai à noite nos bares, acham que somos 'garotas de boate' porque temos 30 anos e estamos solteiras", desabafa.
Filhos
Muitas vezes, uma conseqüência de não casar é a mulher chegar aos 30 anos sem filhos - a não ser que seja mãe solteira, o que também pode gerar preconceito. O relógio biológico indica que ela não pode demorar muito, porque seu potencial reprodutivo diminui após a terceira década de vida, com o envelhecimento e diminuição da quantidade de óvulos. Sem contar as doenças ginecológicas e o risco de aborto espontâneo, que aumentam com a idade.
Para Beth Valentim, a maternidade pode ser uma escolha entre o lar ou a profissão. "Com esse ritmo de trabalho, se você for bem-sucedida não tem tempo de ser mãe.", explica.
É preciso ter cuidado porque é comum as mulheres terem filhos apenas para segurar o namorado ou obrigá-lo a casar. "Isso não resolve o assunto. São poucas as relações que sobrevivem depois de um filho inesperado", analisa Olga.
Beleza
E o espelho? Antes um aliado para te deixar irresistível, agora parece que ele joga contra você e mostra como envelheceu, como está mais gorda, com mais olheiras e com aquele ar de cansada. Mesmo que ainda seja uma idade jovem, a sua aparência passa longe do frescor dos seus vinte anos.
No caso da agente de turismo Claudia Uilza, 35 anos, o estopim para a crise dos 30 anos foi sua aparência. "Me sentia feia, gorda, não queria sair de casa. Só usava roupas largas, 'de velha'", conta. Na época, Claudia, que tem 1,65m, pesava 90 kg. Sem mencionar as dores nos joelhos e nas costas.
Para Beth, a competição entre as mulheres é um fator agravante na falta de auto-estima em relação à beleza, quase uma neurose. "A mulher começa a se achar feia porque se compara com a mulher de 20 anos e começa a se achar velha", explica. "Nossos 30 anos são o auge da nossa beleza. A partir dos 40, as marcas começam a se acentuar, então é preciso cuidar da pele, do cabelo."
Sexualidade
Teoricamente, aos 30 anos a mulher já é bem resolvida no sexo, sabe o que a agrada e sabe transmitir seus desejos ao parceiro. No entanto, uma mulher insegura não consegue se soltar na cama, levando à própria insatisfação. Ou seja, quem está preocupada com a aparência, com o que os outros pensam dela, se vai ter filhos ou casar, pode ter dificuldades de curtir o sexo.
Essa falta de prazer e o pensamento de que homens preferem transar com alguém mais nova podem contribuir para uma crise aos 30 anos.
Conselhos
As profissionais sugerem algumas dicas para quem enfrenta essa fase da vida.
- Ter 30 anos é só um marco social, tanto faz se você tem 30, 32 ou 25. Reflita se essas cobranças são pressões externas ou se o seu desejo é realmente casar e ter filhos.
- Para casar, é preciso escolher bem o homem certo. A convivência será impossível se não houver intimidade e cumplicidade entre você e ele.
- Lembre-se de que os homens também podem ser vítimas de suas crises de choro e inseguranças. Eles, às vezes, até querem casar, mas preferem ter condições financeiras de arcar com as despesas. Não os apresse demais.
- Se o seu sonho é realmente casar e ter filhos, vá atrás mas não viva em função desse objetivo. Assuma sua condição de solteira e conheça gente, saia para a balada. Mas não deixe de sair com seus amigos casados.
- Antes de cogitar ter um filho, pense em como será a sua vida depois disso. É preciso abrir mão de passeios, jantares românticos, noites de sono, sem contar nas despesas. Pondere se você está disposta a encarar essa nova etapa sem precisar depender da ajuda dos outros - talvez não seja hora de ter um filho se ele tiver que ser criado por sua mãe, por exemplo.
A alegria dos 30
Apesar de tantas dúvidas e aflições, há quem goste de chegar aos 30 anos. Beth Valentim destaca algumas vantagens de ser uma balzaquiana:
- Se tiver uma formação adequada, a mulher pode estar em uma posição privilegiada no trabalho, com experiência e até uma especialização no currículo.
- Sua beleza está no auge, porque perdeu o ar de menininha e agora é uma mulher decidida, sabe olhar nos olhos firmemente e não tem medo de encarar a vida de maneira realista.
- Sexualmente ela sabe que o orgasmo é importante e não banaliza mais o sexo. Tem auto-conhecimento de seu corpo e mais maturidade emocional.
- Se for mãe, está em uma idade de muita vitalidade para aproveitar com os filhos, porque ainda é jovem mas já é madura e responsável.
É o caso da técnica ambiental Simone Fukuji, 34 anos, que afirma que sua vida só melhorou depois que passou dos 30 anos. "Antes era retraída, agora gosto de sair, conhecer gente." Ela teve filho aos 20 e aos 24 anos, e agora que eles estão mais crescidos, pôde voltar a estudar. "Quero mais é ser feliz", alegra-se.
Mesmo Claudia Uilza, que não gostava do seu próprio corpo, depois que decidiu fazer academia sente-se "poderosa". "Faço duas horas de academia por dia, com seis alimentações leves por dia, parei de fumar e de tomar refrigerante." Hoje, diz com orgulho que está com 75 kg e usa saias curtas, calças coladas e decotes.
Já Mariana, apesar da preocupação em casar e ter filhos, confessa que agora aos 30 anos sente-se mais bonita. "Me formei cedo, então aos 28 anos já tinha uma vida mais estável, pude me exercitar, malhar, comprar o que queria com meu próprio dinheiro. Fisicamente estou bem melhor", admite.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Apimentando a relação

Para ter um relacionamento gostoso é preciso um punhado de dedicação, um saco de paciência, duas toneladas de amor, cinco molhos de desejo, dez colheres de bom humor, uma pitada de ciúme e... Bem, cada um segue uma receita. A escritora Elisa Beylouni, casada há 13 anos e mãe de três filhos, também tem a sua - vale a pena anotar.

Para fugir da rotina e colocar uma pimenta no casamento, sempre que possível, Elisa e o marido passam o fim de semana num hotel. "A maioria das pessoas não conhece a rede hoteleira de sua cidade. Para nós não é suficiente ir para um motel e depois voltar para casa, porque iríamos dormir tarde, ficaríamos cansados e as crianças nos acordariam cedo no dia seguinte. Então, ajustamos a babá e pulamos para um hotel", conta ela. No hotel o casal pode curtir, petiscar, ir à piscina. "A gente gasta menos do que em uma viagem e está perto de casa para uma chamada inesperada", avalia.

Ideias não faltam para incrementar um relacionamento. Pedimos a psicólogos dez ingredientes para dar um tempero a mais no feijão com arroz nosso de cada dia. Veja o que eles disseram e delicie-se!

1. Eu te amo: "Pequenos gestos e declarações são importantes para manter o amor vivo. É claro que é impossível manter as declarações da fase inicial do relacionamento, no entanto, manter algumas manifestações de afeto, carinho e desejo são importantes", sugere a psicóloga Karen Camargo.

2. Agenda: "Marque de 15 em 15 dias um espaço sagrado de vocês dois. Pode ser em um motel ou um restaurante somente para conversar e jantar - se rolar, rolou. Pode ser em uma pousada na praia, ou mesmo no seu quarto, naquele dia em que você manda todo mundo passear e ficam só vocês dois vendo um filminho especial e comendo pipoca", sugere a psicóloga Odegine Graça.

3. Expert em Sedução: "Sem contar nada a ele, faça um curso de strip-tease. Depois escolha uma data especial para fazer um show de strip para ele", sugere a psicóloga Tisa Paloma Longo.

4. Ih! Esqueci a calcinha: "Convide o parceiro para jantar e vá com um vestido (ou saia)na altura dos joelhos. No restaurante, faça com que ele perceba (muitos não percebem, então vale dizer) que está sem calcinha - pode usar a desculpa de que é para não dar trabalho mais tarde. Eles geralmente ficam loucos e só pensam nisso o jantar todo! Se quiser apimentar, vale ir ao banheiro algumas vezes, ou inventar alguma outra desculpa para ‘desfilar' pelo local", sugere a psicóloga Sabrina Dotto Billo.

5. Libere a pelada: "Respeite a individualidade do parceiro. Todos nós precisamos de um momento a sós, um momento para fazer a unha, ir à terapia, ginástica, etc. Os homens também precisam, mesmo que seja aquela temida partida semanal de futebol com os amigos ou aquele happy hour depois do trabalho", sugere a psicóloga Karen Camargo.

6. Mentirinha branca: "Em um horário inadequado, no meio da tarde, ligue para ele e diga que precisa de ajuda em casa. Quando ele chegar, esteja só de roupão e salto alto", sugere a psicóloga Tisa Paloma Longo.

7. Novidades: "O inusitado pode trazer um tempero a mais nos relacionamentos, principalmente nos mais antigos. Pôr uma música especial, caprichar no visual, usar um outro perfume, preparar um clima diferente em casa, fazer um agrado ou dar um presente que tenha um significado para seu parceiro, caprichar nos carinhos que ele gosta, buscar modos diferentes de apimentar a vida sexual, fazer um convite para ir a um lugar novo (sair para dançar ou conhecer um motel novo), são algumas sugestões", afirma Kelen de B. Pizol, psicóloga e psicoterapeuta individual e de casais.

8. Espelho, espelho meu: "Para melhorar seu relacionamento íntimo amoroso é preciso investir nele. Mas, em primeiro lugar, é necessário verificar se você não esta ‘de mal com você mesma'. A dica é se arrumar, ir ao cabeleireiro e comprar um vestido novo", sugere a psicóloga Odegine Graça.

9. A garota da capa: "Monte um book com um ensaio fotográfico seu nua - é quase como dar uma revista Playboy de presente. Se preferir, pose com lingeries sensuais e/ou poses insinuantes, camiseta molhada, etc. O Photoshop pode ser um aliado. Mas é preciso que o fotógrafo seja de confiança e preferencialmente que ele mesmo possa revelar a foto, para evitar que caia na Internet", sugere Sabrina Dotto Bilo.

10. Que tal nós dois numa banheira de espuma?: "Numa banheira, coloque pó de gelatina - cerca de 40 pacotinhos. Espere umas quatro horas e depois faça amor lá dentro. É maravilhoso", sugere a psicóloga Tisa Paloma Longo.

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Solteira e dai! Opção ou desilusão?

Atualmente ser solteira não é mais visto com pura desilusão. Chegamos e deixamos sozinhos este mundo. Ainda assim, acreditamos que a vida deve ser aproveitada em parceria. Já na infância surge o interesse pelo sexo oposto. Na adolescência, esse sentimento aumenta e lutamos para ter alguém especial do nosso lado, dividindo carinhos, atenção e boas experiências.

Com o passar dos anos, nos envolvemos em relações platônicas, breves, fulminantes. Seguimos nesse caminho até encontrarmos o que chamam de "verdadeiro amor". No meio do percurso, é normal sofrermos desilusões e, mesmo que momentaneamente, perdermos o interesse de nos envolver com outra pessoa. Para alguns, esse "tempo" pode significar o resto da vida, pois eles decidiram desistir da "busca" para ficarem sozinhos.
A solidão, portanto, pode ser entendida como uma opção, porque não há o interesse de encontrar um parceiro estável, e essas pessoas preferem privilegiar outros aspectos da vida. Outros solitários, por sua vez, pensam que o amor não lhes serve e daí aplica-se o ditado "antes só que mal acompanhado".
Vanessa tem 33 anos e um trabalho estável, que lhe permite atender a maioria de suas vontades. Há dois anos está solteira e diz que prefere seguir assim. "Tenho meu esquema de vida armado, não posso depender do que outra pessoa me diz. Não creio que volte a ter um relacionamento estável. A menos que seja da porta para fora, pois me acostumei com a minha independência", explicou.
A única coisa que lhe incomoda é o fato de suas amigas estarem sempre em busca de uma companhia para ela. "Prefiro amores ocasionais. Não gosto de viver dependente, prefiro a liberdade de não ter a necessidade de dar explicações a quem quer que seja", completa.
- Solteirões estão em moda
A psicóloga Thamar Álvarez Vega ressalta que todas as opções que levam a felicidade são válidas e que viver sem uma companhia é aceitável sempre e quando for feito uma análise das vantagens e desvantagens da solteirice.
"Antes, o matrimônio era quase que uma obrigação. Por isso, aqueles que não se casavam eram perseguidos. Isso implicava em uma classificação de que tal pessoa tinha má sorte na vida. Hoje em dia, essa visão mudou radicalmente e se considera simplesmente como uma pessoa que quer permanecer solteira", explica Thamar.
Em geral, alguns solteiros têm ciúme de sua privacidade. "A solteirice é uma boa opção para quem é ativo, independente, gosta de viajar, enfim, que atua com completa liberdade de ação. Ou ainda para quem se considera infiel e prefere ser solteiro para ter múltiplos parceiros sexuais", opina a psicóloga.
- Desilusões do amor
Diferente é o caso em que se opta pela solteirice, pois não foi encontrado alguém que corresponda às expectativas. Esse é o caso de María José, 30 anos, que está resignada a ficar sozinha. "A pergunta que me faço é onde estão os homens, já que me encontro sempre com muitos gays e tipos que não valem a pena", diz María.
A psicóloga Thamar Álvarez convida a todos que acreditam ter má sorte para que se auto-examinem. "A aproximação deve ser sempre uma ação motivada por uma atração real, pela compatibilidade de interesses e não apenas pela busca de uma companhia por medo da solidão", explica.
A especialista acrescenta que é preciso ter paciência, não se desesperar e continuar exigente. "Encontrar a pessoa ideal não é fácil e, quando isso ocorre, é preciso ter em mente que esse ser não é perfeito, é de carne e osso e possui virtudes e defeitos".
Por isso, se você tomou a decisão de permanecer solteira, e está convicta de que isso é o melhor, deve seguir adiante. Só com o tempo poderá saber se a decisão foi ou não equivocada. E, como tudo na vida, esta situação também não precisa ser necessariamente definitiva. O amor pode lhe surpreende e fazer com que todas suas crenças sejam esquecidas.