domingo, 15 de março de 2009

Brinquedo de mulher

Esta história não é um conselho, mas uma lição de vida que eu gostaria de compartilhar com mulheres que vivem longos períodos de solidão, por motivos diversos e alheios à nossa vontade. São fases difíceis de serem ultrapassadas, e, por mais que nos adaptemos, não deixam de serem períodos delicados. Espero contribuir de alguma maneira com minhas companheiras, mulheres que desconheço, mas que como eu, já provaram o gosto amargo da solidão.

Sexo, chocolate, desejo, traição, remorso. Estas palavras não paravam de me provocar. Iam e vinham, me incomodando profundamente. Meu namorado, por questões profissionais teve que se ausentar do Brasil durante oito meses e decidimos que suportaríamos a falta um do outro sem nos envolvermos com outras pessoas.

Distância, correria, stress do dia a dia e os problemas, aliados à saudade iam tornando meus dias insuportáveis. Por mais que nos falássemos e nos víssemos pela net, faltava a presença física, o toque na minha pele, beijos, abraços. Isso pra não falar no sexo, (tenho tanto ou mais desejos que eles, já que não sou de ferro) que pra nós passou a ser virtual e por vezes solitário.

Nos meus dias mais difíceis, entupia-me de chocolate e me acalmava um pouco, mas colhia os efeitos colaterais do excesso. Em alguns meses minha auto estima despencou, minha pele parecia a de uma adolescente, cheia de espinhas e oleosidade, e, para piorar, meu peso subira astronomicamente. Eu me encontrava à beira de um ataque de nervos, deprimida e triste.

Nos nossos encontros via webcam, eu o via cada dia mais bonito, bem disposto e feliz (enfim, ele estava sendo recompensado pela extrema dedicação ao trabalho e a viagem para outro país era a prova disso). Enquanto ele era só novidade, eu, sem o mínimo de romantismo, reclamava de tudo, e ele ouvia pacientemente, o que me irritava profundamente. Eu era então um imenso poço sem fundo, cheio de duvidas. “Será que eu não fazia falta pra ele?” “Será que ele tinha arrumado outra?” “Será que ele não me amava?”

Numa dessas conversas, percebendo minha ansiedade, ele sorriu, disse que continuava me amando como sempre e ia me mandar um presente que certamente iria aliviar um pouco o meu coração. Meus olhos voltaram a brilhar. Ele continuava o mesmo homem atencioso e amoroso que eu conhecera. QUEM ESTAVA MUDADA ERA EU!

Dez dias depois, o presente chegou. Quase dei um abraço no carteiro de tão ansiosa estava pela chegada do meu “pacote”. Entrei no meu quarto, fechei a porta e fui rasgando uma caixa que parecia blindada com fita crepe. Em seu interior, uma camiseta dele, usada. Ao desdobrá-la, a surpresa! Um vibrador em forma de pinto, feito de um material macio e gostoso de segurar. Tirei as pilhas do controle remoto da TV, arranquei minhas roupas e deitei-me com aquela coisa nas mãos, pensando no meu namorado. Era uma tentativa, porque eu nunca me imaginara usando um objeto daqueles, mas eu precisava de uma resposta, já que, com certeza ele iria querer saber a minha opinião acerca do presente.

Liguei a coisa e ela vibrava em duas rotações diferentes. Fui relaxando, com um imenso sorriso nos lábios e uma alegria infantil tomou conta de mim. Era como se eu fosse uma menina ganhando sua primeira boneca.

Deitei-me, como fazia antes e me masturbei longamente pensando no meu namorado, só que desta vez eu tinha o meu vibrador e descobri que ele é capaz de me proporcionar sensações inenarráveis e desconhecidas.

Naquela noite meu namorado ligou e me exibi desinibidamente, sentindo ainda mais prazer do que anteriormente. Ele ficou excitadíssimo e desde então nosso relacionamento ficou ainda mais apimentado e feliz, além de estar sendo bem mais fácil para ambos, aguardarmos nosso reencontro.

Ainda faltam alguns meses para meu namorado voltar e eu a cada dia fico mais expert com meu brinquedinho novo. Uso sem restrições, já que ele não engorda, não prejudica minha pele e corpo, não me deixa com remorsos e me relaxa profundamente. E quer saber de uma coisa? Ele é muito mais gostoso que qualquer chocolate!

PS. Outro fato que me deixou muito feliz, foi que minhas horas com meu brinquedinho tiveram um efeito de meditação em minha vida, hoje totalmente repaginada. Continuo trabalhando e estudando e, ao invés de ficar infeliz pela ausência do meu namorado, estou realizando planos adiados, como um curso a distância via net e uma especialização nos finais de semana. Meu amor por ele continua tão grande e forte como antes só que acabei aprendendo a gostar mais de mim e a ser mais independente.

2 comentários:

  1. é isso aí garota.dependa de homem não.além de que vc parece ser muito bem resolvida. vou ver se convenço meu namorado a me presentear com um também.acho que ele vai ficar com medo da concorrencia.mas ainda vou ter o meu.

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  2. suzana,sou casada, mas costumo fazer sexo pela net (só voz, sem cam), e me satisfaço plenamente.Coloca uma materia sobre essas realações virtuais.Outro dia entrei numa sala de bate papo só de sexo.ficam todas lotadas.é uma loucura.

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