sábado, 17 de setembro de 2011

As mulheres e o sexo

Muitas mulheres ainda tentam se convencer de que sexo e amor têm que caminhar sempre juntos. Os homens nunca pensaram assim e jamais isso foi cobrado deles. Não há motivo para o sexo não ser ótimo quando praticado por duas pessoas que sentem atração e desejo uma pela outra. A frustração e o vazio que algumas mulheres alegam sentir têm muito mais a ver com uma expectativa não satisfeita do que com o sexo em si. A questão é que, como o sexo não é visto como natural, costuma-se misturar as coisas e se busca algo mais do que prazer: continuidade da relação, namoro ou casamento.
Se uma mulher não esconde que gosta de sexo, é inacreditável, mas ainda corre o risco de ser chamada de galinha. As próprias mulheres participam desse coro, ajudando a recriminar as outras, que conseguiram romper a barreira da repressão e exercem livremente sua sexualidade. Entretanto, para o homem, fazer sexo com uma mulher no mesmo dia em que a conhece é considerado natural, ele até se valoriza por isso.
O sexo, quando vivido sem medo ou culpa, pode levar a uma comunicação profunda entre as pessoas. A maioria das mulheres se recusa a fazer sexo no primeiro encontro, mas não por falta de desejo. É a submissão ao homem, ou seja, a crença de que tem que corresponder à expectativa dele. A partir daí inicia-se uma encenação, onde o script é sempre o mesmo: o homem insiste, a mulher recusa. O desejo que os dois sentem é igual, mas ele continua insistindo e ela continua dizendo não.
Ela acredita que, se ceder, ele vai desvalorizá-la e não vai se dispor a dar uma continuidade à relação. Vai sumir rapidinho. E o pior é que muitos homens somem mesmo. A luta interna entre os antigos e os novos valores não está concluída. Alguns se sentem obrigados a depreciar a mulher, que sentiu tanto desejo quanto eles, e não fingiu.
Afinal, em que encontro a mulher pode fazer sexo com um homem? No segundo, terceiro, sexto? Qual? O grau de intimidade que você sente na relação com uma pessoa não depende do tempo que você a conhece. Além disso, o prazer sexual também independe do amor ou do conhecimento profundo de alguém. Para um sexo ser ótimo basta haver muito desejo e vontade de obter e dar prazer. E uma camisinha no bolso, claro.
Estamos vivendo um momento de transição, em que os antigos valores estão sendo questionados, mas novas formas de viver e pensar ainda causam medo pelo desconhecido. Há os que sofrem por se sentir impotentes para fazer escolhas livres, mas o fim de muitos tabus a respeito do sexo é só uma questão de tempo.

POR REGINA NAVARRO LINS

(só) Penetração faz bem à saúde, diz estudo

Para felicidade geral masculina, a ciência acaba de informar que a única modalidade de sexo que traz benefícios consideráveis para a saúde física e mental é a penetração. Só consegui ler o resumo da pesquisa, portanto, não sei quais foram as modalidades pesquisadas nem como foi feito o estudo. Mas os autores disseram que as outras tais modalidades não apresentaram benefícios e que, no caso do sexo anal e da masturbação, o efeito na saúde foi o contrário.

Até faz sentido o sexo anal trazer algum prejuízo para a saúde (se for feito sem camisinha, sem lubrificante, sem cuidados higiênicos etc). Agora, não consigo imaginar qual o problema da maturbação. Se fosse na década de 1980, poderiam dizer que cresce pelos nas mãos, nasce espinhas, etc. Mas em 2011? Acho esquisito… Alguém tem um palpite?

Mantenha a saúde nas recaídas com o ex

É importante não esquecer a camisinha nos encontros após o término da relação. Camisinha não pode ser esquecida em recaídas com o ex. O relacionamento terminou, mas os encontros esporádicos ainda permanecem em cena.

As “recaídas” amorosas não são necessariamente erradas, mas podem abrir a porta para doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez indesejada caso a prevenção não faça parte do jogo.

A camisinha não deveria servir como “termômetro” de confiança do relacionamento fixo, afirma a coordenadora do Ambulatório de Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, Elsa Gay, mas muitos casais dispensam o preservativo assim que consideram o namoro ou casamento sólidos.

“Muitas vezes, as mulheres já estão tão envolvidas após duas semanas de relação que negligenciam o risco”, afirma a ginecologista.

E não raro também, quando a relação acaba mas o envolvimento não, as pessoas permanecem com muita dificuldade em negociar o uso da camisinha.

“Não é falta de informação e nem de conhecimento. Na hora do prazer e do orgasmo, estes estímulos chegam ao cérebro e fazem as mulheres (e também os homens) ficarem desconectados. Elas desligam do mundo”, diz Elsa.

“Estes segundos em que o controle é perdido, se não usar camisinha, são suficientes para uma infecção ou para a gestação.”

Os especialistas reconhecem que dialogar sobre o uso de preservativos em relações consistentes (mesmo que estremecidas pelo término) não é tarefa simples, mas sabem que a conversa é a única forma de minimizar o perigo. A falta de proteção na hora do sexo é o que tem feito as mulheres e os homens que mantêm compromissos fixos ganharem espaço nas estatísticas de doenças como HPV, gonorreia, sífilis e aids.

Na faixa-etária feminina com mais de 50 anos, coincidentemente a mais resistente no uso de proteção, a proporção de casos de HIV é crescente. Em 2000, elas representavam 8% dos novos registros do vírus HIV e hoje já somam 15%, de acordo com o último boletim epidemiológico produzido pelo Programa Nacional de Aids, DST e Hepatites Virais, ligado ao governo federal.

Dicas para falar de camisinha

O ginecologista e professor de sexualidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jorge José Serapião, reitera que qualquer constrangimento para falar de camisinha, seja com o namorado, o ex ou o caso esporádico, não supera os impactos físicos e emocionais acarretados por uma DST ou gestação não planejada.

“Não se pode fazer concessões e colocar a saúde em risco só porque a pessoa já fez parte da sua história”, acredita Serapião. “Mesmo porque o preservativo já tinha de fazer parte deste relacionamento antes mesmo dele acabar”, completa.

Por isso, ele orienta sobre como falar de prevenção mesmo em relações não casuais:

- Sempre tenha a camisinha com você. Isso já evita qualquer brecha caso o parceiro ou parceira tenha esquecido o preservativo

-De imediato, manifeste a exigência do uso da camisinha. Não deixe somente para a hora em que o clima está fervendo ou segundos antes da penetração

- Se o parceiro ou parceira começar a falar de empecilhos para o uso da camisinha (falta de prazer, sensibilidade comprometida ou desaprovação), ele ou ela não está pronto para transar e não merece a relação sexual

- Não encare a camisinha como um balizador de confiança. Pelo contrário: é sinal de cuidado e respeito

- Ninguém morre caso não transar. É melhor evitar uma situação de risco do que comprometer a vida

Fernanda Aranda, iG

Candidíase: perguntas e respostas

A candidíase é uma doença que afeta sete em cada dez mulheres uma vez na vida. Tire todas as suas dúvidas sobre ela e proteja-se!

A candidíase é uma infecção provocada pelo fungo Candida sp
Sete em cada dez mulheres são afetadas pela doença pelo menos uma vez na vida. Para evitá-la, siga as recomendações da ginecologista Lana Aguiar, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e do dermatologista Ricardo Shiratsu, do Ambulatório de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Universidade Federal de São Paulo.

O que é candidíase?

É uma infecção provocada pelo fungo Candida sp. Ele não aparece só na vagina, embora esse seja o local mais atacado: também pode se instalar na boca (causando o popular sapinho) e, mais raramente, no esôfago, provocando uma inflamação na mucosa desse órgão.

Qual é a origem do fungo?

Ele habita naturalmente a vagina e o trato gastrointestinal, e lá permanece quieto se não houver fatores que favoreçam a sua multiplicação, como imunidade baixa e umidade e calor excessivos. É por isso que depois de um resfriado (quando a resistência diminui) e durante a menstruação (quando as alterações hormonais tornam o meio vaginal mais convidativo à proliferação do fungo), por exemplo, é mais comum a doença aparecer. O uso de protetores diários de calcinha também é um vilão, porque abafa a região íntima e a deixa mais úmida, como o fungo gosta.

Como a doença se manifesta?

Por meio de um corrimento esbranquiçado, coceira vaginal e ardor na hora de fazer xixi.

Por que no verão ela é mais frequente?

Porque permanecer com o biquíni molhado por muito tempo oferece as condições de calor e umidade de que o bichinho precisa para proliferar. Além disso, o sol predispõe à queda de resistência, deixando você mais vulnerável à infecção. Se no verão sua atividade sexual aumenta, o risco de infecção também cresce, pois as transas frequentes provocam fissuras vaginais que favorecem a instalação do fungo.

O hábito de lavar as calcinhas no banho e deixá-las secando no box pode favorecer o problema?

Se o ambiente for úmido e a peça levar mais de 48 horas para secar, sim. O ideal é deixar a lingerie secar ao sol ou em local ventilado e evitar aquelas de tecidos sintéticos, que não deixam a pele respirar nem absorvem a umidade. Dormir sem calcinha, para arejar a região íntima, também é uma boa.

Essa é uma doença sexualmente transmissível?

A candidíase não é classificada assim, uma vez que o sexo não é a principal forma de contaminação. No entanto, evite transar enquanto não estiver curada, já que o seu parceiro pode desenvolver uma irritação na glande do pênis. Nesse período, o ideal é que o casal se submeta ao tratamento.

Como posso me prevenir?

Controlar o stress e dormir bem, praticar atividade física regularmente e seguir uma alimentação saudável são maneiras de reforçar naturalmente as defesas do corpo e impedir o ataque do fungo causador da doença.

E como é o tratamento?

Primeiro, você deve procurar o ginecologista, que vai fazer o diagnóstico. O tratamento é à base de medicamentos antifúngicos por via oral ou cremes para uso local, mas, em alguns casos, o médico pode indicar os dois.
Candida sp é a classificação que inclui todos os microrganismos da mesma família, inclusive o tipo albicans, responsável por 90% das infecções. Das mulheres que já tiveram algum episódio da doença na vida, 5% sofrem com a candidíase de repetição.

Exames essenciais para a saúde do seio

Saiba quais os principais exames médicos que você deve fazer para cuidar da saúde do seio e prevenir o câncer de mama

Não se esqueça de fazer mensalmente o autoexame após a menstruação
Não há fórmula 100% eficaz de prevenir o câncer de mama. "Por ser uma doença ligada a diversos fatores desencadeantes, é necessário adotar hábitos saudáveis que minimizam as chances de seu aparecimento, como evitar o fumo, o álcool e a ingestão de carne vermelha, investir em exercícios físicos e visitar o ginecologista anualmente", recomenda o mastologista Henrique Alberto Pasqualette, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher (Cepem), no Rio de Janeiro.

Reduza seu risco

Siga uma dieta rica em frutas e vegetais e evite oscilações de peso. Um estudo da Universidade de Washington, nos EUA, descobriu que o aparecimento da doença foi mais tardio naquelas que se exercitavam e mantiveram o peso durante a adolescência.

Conheça a si mesma

Faça mensalmente o autoexame após a menstruação. A principal função do procedimento não é detectar o câncer, mas descobrir o que é normal para a sua mama.
Deitada: de costas, com o travesseiro embaixo do ombro direito, levante o braço e examine a mama direita com a ponta dos três dedos do meio da mão esquerda. Pressione de forma leve, média e forte, em movimentos para cima e para baixo. Toque também a região próxima ao ombro, pescoço e axila. Repita na mama esquerda.

Em pé: em frente ao espelho, procure por alterações na mama ao colocar os braços junto ao corpo, sobre a cabeça, mãos pressionando os quadris (fazendo força com o músculo peitoral) e com o tronco inclinado para a frente.

Detecte anomalias

"Não há um exame melhor ou pior do que o outro quando se deseja descobrir uma lesão. Eles atuam de forma conjunta e se completam", afirma Carlos Ferreira, coordenador do Femme Laboratório da Mulher e responsável pelo setor de Imagenologia Mamária da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Em um diagnóstico precoce, quando o tumor é menor do que 1 cm, as chances de cura são de 90%. Os exames mais recomendáveis são:
Mamografia: detecta o câncer de mama antes de o tumor ser palpável. Todas as mulheres devem fazê-la a partir dos 40 anos, exceto as com histórico familiar (devem se submeter ao exame antes dessa idade).
Ultrassonografia: não rastreia o câncer, mas auxilia no estudo de nódulos e cistos duvidosos detectados pela avaliação clínica (palpação ou mamografia). É mais branda do que a mamografia, pois não utiliza radiação.
Ressonância magnética: complementa o estudo das mamas de mulheres com alto risco para o câncer.
Tomossíntese: tomografia indicada, sobretudo, às mamas jovens (mais densas). Fornece imagens 3D (diferentemente da mamografia) de cortes de 1 mm do tecido mamário, mostrando a localização exata das lesões.

terça-feira, 8 de junho de 2010

O que o corpo dela diz

10 sinais sutis que podem guiar você no caminho da conquista (e depois dela)

Por: David Schipper e Lisa Jones

Pupilas

Se você conseguir estimulá-la (não apenas sexualmente), as pupilas dela se dilatarão. Isso porque o corpo dela está programado para ver mais o que o excita. Assim, o cérebro diz às íris para que deixem entrar mais luz. Vantagem: na penumbra ela também vai parecer mais gostosa para você. Pesquisas mostram que os homens acham mais atraentes mulheres com pupilas grandes. Hora de agir!

Cílios

Olhe fixamente para ela por um minuto. Se ela estiver piscando mais que o normal (cerca de 15 vezes por minuto), é bem provável que esteja tomando anticoncepcional. A mulher que toma pílula pisca 32% mais do que as outras. Tirando o óbvio, o que isso significa? Assuma uma expressão firme e confi ante ao olhar para ela. Segundo pesquisas, por causa da mudança nos níveis hormonais, a mulher que toma pílula se sente mais atraída por homens com traços rudes, com um queixo largo e pronunciado.

Cérebro

Ela está acompanhando você na bebida. Você sente o clima esquentando, mas ela parece igualzinha. O problema? Os efeitos diferem entre homens e mulheres: os homens perdem a inibição, e as mulheres ficam sedadas. Se você quiser que ela + que numa boa, não ofereça mais álcool, e sim música. Pesquisas mostram que as músicas com andamento entre o médio e o acelerado as tornam mais sociáveis.

Barriga

Quer saber se é uma boa hora, ou não, de arriscar um papo mais delicado? Você pode saber se ela está devidamente relaxada pelo padrão de respiração. Se o estômago dela se move a cada inspiração, a respiração é pouco profunda e está vindo do peito, o que indica estresse. Fique na sua. Se o abdome e o peito se expandem a cada inspirada, ela está respirando de modo mais ritmado e profundo - um sinal de relaxamento. Vá em frente.

Nariz

O olfato dela fica mais aguçado de manhãzinha, o que, além de ser um bom motivo para você escovar logo os dentes, faz desse o melhor momento para impressioná-la com seus dotes culinários. Isso porque 90% do sabor está no cheiro. Agrade-a com um café da manhã na cama que contenha alguma coisa feita de banana ou de nozes, que, segundo um estudo, aumentam o fluxo de sangue na vagina. E isso pode levar a um outro tipo de agrado matinal.

Peito

O rubor do sexo, uma aparência rosada no peito, ocorre durante as preliminares. Isso é causado pelas mudanças na pressão e circulação sangüíneas, além da variação no ritmo da respiração e no pulso. Pense nisso como um jeito reservado de ela dizer que, se continuar fazendo o que está fazendo, você se dará bem. Outro sinal de que a coisa está funcionando: os seios da mulher crescem até 25% quando o lance esquenta.

Parte de trás da cintura

Quando está prestes a atingir o orgasmo, ela começa a arquear as costas. Abrace-a bem nessa região e fique atento ao quanto ela está arqueando.

E, pelo amor de Deus, não diminua: mantenha o mesmo ritmo e intensidade de estimulação até que ela chegue ao clímax. Mais tarde ela vai retribuir isso, com juros.

Unhas

Preste atenção nos dedos dela. Há sinais de ansiedade ou depressão que são típicos na mulher, como os comportamentos repetitivos de beliscar e de roer as unhas. Se ela estiver nessa, não implique; isso pode fazer com que ela entre em parafuso. Em vez disso, puxe delicadamente sua mão, aperte-a um pouco e a segure por uns instantes. Logo a tensão se dissipará.

Mãos

Você acha que ela está sempre com as mãos frias? É assim mesmo, porque a temperatura dela é 3 graus mais baixa que a sua - às vezes até mais do que isso, se ela estiver estressada. O corpo da mulher, mais do que o do homem, é programado para manter as partes centrais mais quentes do que as extremidades. Portanto, para aquecer as mãos dela, não faça massagem; passe seu braço em volta da cintura dela. Isso aquecerá seu centro e fará com que o sangue ? ua de novo para as mãos.

Entre as pernas

Certo, você conhece suficientemente bem o ciclo menstrual da sua parceira para saber quando deixá-la em paz. Mas acrescente isso ao seu arsenal: duas semanas depois do início da menstruação, ela estará no seu período de maior tesão. A motivação sexual feminina é mais alta quando ela está ovulando. Claro, você sabe que é também quando aumenta a possibilidade de ela engravidar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Relação sexual

Tanto no homem quanto na mulher, as energias sexuais se manifestam naturalmente, mas a forma como ela será usada depende do nível de cada um. A prática sexual objetiva, sobretudo, a reprodução da espécie, mas, não se destina tão-somente a essa finalidade.

Os casais poderão encontrar na vida sexual, estímulos que ajudarão na convivência, na estabilidade psicoemocional e nos laços do casamento. No entanto, o relacionamento sexual por si só não sustenta um casamento; é só uma parte dele, e para alguns casais não tem tanta importância. É preciso todo um trabalho a dois para construir uma vida sólida.

O relacionamento sexual pode ser fator determinante para a vida conjugal. No entanto, a afinidade sexual por si mesma não garante a estabilidade, a satisfação ou o amadurecimento da vida conjugal, mas pode contribuir muito para a consolidação ou realimentação de sentimentos afetivos e afinidades individuais imprescindíveis à convivência. Quanto à sexualidade, não é mais fácil ser homem ou mulher, pois existem facilidades e dificuldades proporcionais para ambos os sexos, senão a Natureza não seria sábia.

É normal ter relações sexuais todos os dias, mas não é essa a freqüência para a maioria dos casais. Embora não se tenham, e provavelmente não se terão, dados comprovadamente precisos, estimamos que, no Brasil, a média de relações sexuais por semana varie de três a quatro, para a faixa etária de 16 a 25 anos; duas e três para a faixa de 25 a 55 anos; uma e duas para a faixa acima dos 55 anos.

A relação sexual pode ser dolorosa para a mulher, porque a lubrificação vaginal é insuficiente e há a sensibilidade de tecidos da vulva e da vagina ao atrito do pênis; devido a infecções variadas: tumores ou cistos do útero, dos ovários e das trompas; aderência do clitóris; endometriose; vaginismo; lesões de parto ou defloramento; hemorróidas e fissuras ou fístulas anais; alergia à “camisinha” ou do diafragma de qualidade inferior.

A relação sexual pode ser dolorosa para o homem, por inflamação da glande e do prepúcio; estreitamento anormal do prepúcio (parafimose), que estrangula dolorosamente o pênis na ereção; inflamação crônica da próstata (prostatite); lesões da uretra, cicatrizadas ou não, resultantes de infecções venéreas, uretrite, cistite.

Sensibilização erógena é o processo pelo qual uma pessoa pode desenvolver sua capacidade de experimentar prazer sexual. Desenvolve-se o processo de sensibilização erógena através de carícias e de carinho precedentes ao ato sexual. Esse processo consiste no desenvolvimento de sentimentos e de sensibilidade psicoemocional, destinados a preparar o corpo e a mente para a relação sexual.

O amor, o carinho e a identificação física são os principais fatores para o desenvolvimento da harmonia emocional e do prazer sexual. E também o desenvolvimento de uma disciplina salutar visa impedir a precipitação, a rapidez e a concretização prematura do ato, causas de inúmeras insatisfações sexuais: impotência, frigidez, coitofobia, timidez, desvios e anomalias psicossexuais.

* * *

Freqüentemente ocorre entre alguns casais, falar palavrões durante o relacionamento sexual. Em alguns casos, é uma tentativa de exteriorizar prazer, em outros poderá ser uma forma leve de sadismo ou de sadomasoquismo. É também um processo de educação sexual evitar dizer palavrões durante o ato, para que se melhore a qualidade e se intensifiquem as manifestações de sentimentos e de prazer antes, durante e após a relação.

O tamanho dos órgãos genitais não influencia na relação sexual. O que influencia é a consideração mútua com relação à sensibilidade física e psicológica, as carícias, o respeito e a percepção das características individuais e sexuais que levem a uma relação interpessoal satisfatória.

A posição “tradicional” é a mais recomendada para o ato sexual. Pelo menos é a mais usada pela maioria dos casais. Há correntes extremistas que reprovam a variação da postura tradicional. O outro extremo recomenda um repertório de contorções acrobáticas, mas o mais conveniente é evitar a preocupação excessiva com técnicas e posturas, que pode levar a uma valorização do aspecto exclusivamente mecânico do sexo, em detrimento da espontaneidade e dos sentimentos. A postura física do coito anal é desaconselhada por comprometer a saúde do homem e da mulher. Coito anal, oral, ato sexual durante a menstruação e práticas sadomasoquistas que comprometam a integridade física não são aceitos por 80% das mulheres brasileiras.

A sensibilidade geral da mulher, não raras vezes, é mais acentuada que a sensibilidade do homem, possibilitando experimentar melhor o orgasmo, mas os homens, que têm desenvolvida a sensibilidade psicossexual, experimentam o orgasmo com a mesma intensidade da mulher. A questão é mais psíquica do que física.

A mulher é mais seletiva e mais exigente em matéria de sexo. O homem é mais sensível à aparência, às formas anatômicas, ao aspecto físico. A mulher é mais sensível ao aspecto psicológico e à identidade individual. No entanto, essas características poderão existir tanto no homem quanto na mulher. Vai depender do desenvolvimento de características psíquicas masculinas e femininas que existem naturalmente nos homens e nas mulheres.

O homem se excita mais depressa do que a mulher, devido às características psicofisiológicas da maioria dos homens, mais identificados com as imagens e sensações exteriores do que com as razões ou aspectos psíquicos da relação.

Pensa-se que o homem é quem mais toma a iniciativa sexual. No entanto, a iniciativa sexual é mais um fator de natureza psicológica, que cultural, social ou fisiológica, embora esses fatores tenham suas influências, mas a principal influência é a do psiquismo. As características da psique masculina – sempre a parte ativa – são as que determinam a iniciativa sexual tanto no homem quanto na mulher. Há mulheres dotadas de acentuada psique masculina, que tomam ou preferem tomar a iniciativa sexual e afetiva.

Há homens dotados de acentuado psiquismo feminino que estão sempre à espera da iniciativa da mulher. As características psicológicas, entretanto, não são estáticas, mas dinâmicas. Essa dinâmica não é linear, mas cíclica. As iniciativas sexuais podem se manifestar alternadamente no casal. Essa alternância de manifestações psicológicas no indivíduo somente ocorre quando existe um equilibro quase estável entre seus psiquismos masculino e feminino.

O desejo de sofrer agressões durante o ato sexual é um forte sintoma de masoquismo. Não se deve confundir violência e agressividade com atitudes firmes ou bruscas, que não caracterizam a manifestação masoquista.

As diferenças entre as reações sexuais dos homens e das mulheres estão mais relacionadas às características psicológicas e fisiológicas do homem e da mulher. Durante a juventude, a mulher demora mais do que o homem para chegar ao orgasmo. A partir dos 30 anos, a mulher tem mais facilidade para o orgasmo e o homem tende a ser mais lento, devido ao condicionamento psíquico de ambos.

Para se ter uma vida sexual plena, há inúmeros caminhos:

1) Compreensão mútua de cada um quanto às características psicossexuais do outro,

2) Fidelidade conjugal e sexual para estabelecer a concentração e harmonização das energias afetivas e sexuais,

3) Diálogo,

4) Carícias e carinho,

5) Respeito,

6) Responsabilidade e previdência,

7) Desinibição,

8) Disciplina emocional e esforço psíquico para corrigir condicionamentos associados a desvios ou anomalias sexuais,

9) Conhecimento e estudo dos elementos psicológicos, fisiológicos e sociais, associados à vida afetiva e/ou sexual do ser humano,

10) Amor.

Artigos de Emídio Brasileiro publicados no Diário da Manhã