sábado, 17 de setembro de 2011

As mulheres e o sexo

Muitas mulheres ainda tentam se convencer de que sexo e amor têm que caminhar sempre juntos. Os homens nunca pensaram assim e jamais isso foi cobrado deles. Não há motivo para o sexo não ser ótimo quando praticado por duas pessoas que sentem atração e desejo uma pela outra. A frustração e o vazio que algumas mulheres alegam sentir têm muito mais a ver com uma expectativa não satisfeita do que com o sexo em si. A questão é que, como o sexo não é visto como natural, costuma-se misturar as coisas e se busca algo mais do que prazer: continuidade da relação, namoro ou casamento.
Se uma mulher não esconde que gosta de sexo, é inacreditável, mas ainda corre o risco de ser chamada de galinha. As próprias mulheres participam desse coro, ajudando a recriminar as outras, que conseguiram romper a barreira da repressão e exercem livremente sua sexualidade. Entretanto, para o homem, fazer sexo com uma mulher no mesmo dia em que a conhece é considerado natural, ele até se valoriza por isso.
O sexo, quando vivido sem medo ou culpa, pode levar a uma comunicação profunda entre as pessoas. A maioria das mulheres se recusa a fazer sexo no primeiro encontro, mas não por falta de desejo. É a submissão ao homem, ou seja, a crença de que tem que corresponder à expectativa dele. A partir daí inicia-se uma encenação, onde o script é sempre o mesmo: o homem insiste, a mulher recusa. O desejo que os dois sentem é igual, mas ele continua insistindo e ela continua dizendo não.
Ela acredita que, se ceder, ele vai desvalorizá-la e não vai se dispor a dar uma continuidade à relação. Vai sumir rapidinho. E o pior é que muitos homens somem mesmo. A luta interna entre os antigos e os novos valores não está concluída. Alguns se sentem obrigados a depreciar a mulher, que sentiu tanto desejo quanto eles, e não fingiu.
Afinal, em que encontro a mulher pode fazer sexo com um homem? No segundo, terceiro, sexto? Qual? O grau de intimidade que você sente na relação com uma pessoa não depende do tempo que você a conhece. Além disso, o prazer sexual também independe do amor ou do conhecimento profundo de alguém. Para um sexo ser ótimo basta haver muito desejo e vontade de obter e dar prazer. E uma camisinha no bolso, claro.
Estamos vivendo um momento de transição, em que os antigos valores estão sendo questionados, mas novas formas de viver e pensar ainda causam medo pelo desconhecido. Há os que sofrem por se sentir impotentes para fazer escolhas livres, mas o fim de muitos tabus a respeito do sexo é só uma questão de tempo.

POR REGINA NAVARRO LINS

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