terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Nós duas ficamos constrangidas

"Com 18 anos, fui a um motel com meu namorado e vimos um filme pornô que mostrava o quanto o sexo entre lésbicas pode ser sensual e delicioso. Dali em diante, me masturbava pensando nos filmes. Mas não queria transar de verdade com mulher nenhuma, porque adoro penetração, boca e mão de homem. Até que, aos 29 anos, num curso de pós-graduação, conheci a Flávia*. Tínhamos muita afinidade e, às vezes, conversávamos sobre nossos relacionamentos. Eu tinha um namorado muito bom de cama, mas já não éramos apaixonados. Ela também dizia que tinha um namorado. Nos encontrávamos nas aulas todos os dias e, aos poucos, percebi um clima de sedução no ar. Mas ela era muito feminina e cheguei a pensar que isso era fruto da minha imaginação.

Mais ou menos quatro meses depois, Flávia sugeriu que a gente matasse a aula e fosse tomar vinho na casa dela. Eu tinha brigado com o meu namorado, estava chateada e aceitei. Conversamos, rimos, mas, quando fui me despedir, ela me beijou na boca. Retribuí, mas fiz a comparação: o toque era mais delicado e a textura da língua mais macia do que a de um homem. Isso me causou um estranhamento, não gostei e me afastei. Ela sorriu e eu fui embora sem falar nada.

Apesar de não ter gostado do beijo, a situação proibida me excitou. Fui para a casa do meu namorado a fim de transar. Mas, chegando lá, nós brigamos e saí nervosa. Movida pela raiva que estava sentindo por ele, decidi: vou mesmo transar com a Flávia.

No dia seguinte, meu namorado não me telefonou e minha raiva aumentou. Aí encontrei a Flávia, que estava pouco à vontade comigo, se desculpou pelo beijo, mas mesmo assim aceitou minha proposta de irmos para a casa dela. Eu queria arrumar um jeito de começar a transar, mas estava nervosa. Para ganhar tempo, pedi: 'Posso tomar um banho?'. Ela se surpreendeu, mas me deu a toalha. No chuveiro, eu pensava: 'O que estou fazendo aqui?'. Mas resolvi ir em frente, talvez fosse a única chance de transar com uma mulher. Ela trocou de roupa e estava de short e camiseta. Achei que era um sinal de que eu podia ir adiante e rolou um beijo meio atrapalhado. Nós estávamos muito constrangidas. Eu estava tensa e excitada. Transamos na sala mesmo e tive um orgasmo intenso com o sexo oral. Isso me deixou em dúvida: será que ela era mesmo inexperiente? Uma mulher que nunca fez sexo oral na outra já acerta de primeira, só porque também tem clitóris? Eu não me liberei o suficiente para fazer o mesmo nela e, de fato, senti falta de ser penetrada. Além disso, achei sem graça tocar um corpo igual ao meu. Essa frustração ficou no ar e o clima piorou quando eu perguntei: 'Você não sente falta da penetração?'. Ela disse que não, e, pelo tom, parecia que eu tinha apontando uma falha dela. Se levantou e começou a beber, em silêncio.

Saí de lá com uma vontade de me entender com meu namorado. Precisava transar com um homem para apagar aquela experiência. Ele me recebeu bem, transamos com muito tesão: era ali mesmo que eu queria estar. Tive a certeza de que só um homem pode me completar.

No dia seguinte, Simone e eu conversamos menos do que o normal e ela não tocou no assunto. A situação era tão constrangedora que abandonei o curso, para não ter de encontrá-la. Na verdade, o que me excitou não foi a mulher, mas a transgressão. Percebi que a fantasia nem sempre deve ser realizada. Na imaginação tudo é bem melhor do que na vida real. Preferia que nada disso tivesse acontecido."

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